25 de set. de 2013

600km podem ser mais difíceis que 1000km?

Há muito tempo (diria anos) estou devendo um relato de alguma prova da Sociedade Audax e acho que estes 600km merecem um registro. A distância imponente por si já seria um obstáculo grandioso e quando a previsão meteorológica é desfavorável, obviamente as dificuldades se multiplicam. Com certeza de todos os 600 que já fiz (acho que 4 ou 5, não tenho certeza) este foi o mais desgastante.

Feita a introdução, vamos á prova:

Começo pelo horário da largada, que muitos (ou a maioria) detestam, 3 horas da madrugada. Tudo é uma questão de adaptação, ponto de vista e interesse pessoal. Se dependesse apenas de minha vontade, não largaria neste horário. Mas podemos ser, e acredito que somos seres muito adaptáveis as mais diversas e inóspitas situações. Solução: ver os prós de largar neste horário, os quais destacaria: pouco tempo de noite ainda pela frente, pois logo amanhece e clareia o dia; começar a prova com pouco transito de veículos nas ruas e rodovias.

Certamente tem muito mais motivos para defender outro horário, mas existe a logística na estrada e uma série de outras questões. Resumindo: este é o horário amplamente divulgado e quem quer e realmente gosta de longa distância, vai pra estrada as 3 da manhã.
Já ia esquecendo um esclarecimento á respeito do título: 600km podem ser mais difíceis que 1000km? A resposta? Cada um tem a sua, mas quem já completou as duas distâncias sabe que muitas variáveis influem. Leiam o relato e tirem suas conclusões.

A ideia era sair de casa já pedalando, como de costume.

O problema: a chuva que não parava de cair. Deixei pra tomar a decisão apenas na hora de sair, pois se fosse já pedalando de casa seriam 20km e poderia cair uma bomba d’água e chegar todo ensopado para a largada, e isso não é nem um pouco recomendável. Levantei ás 00:40 e chovia, fraco, mas chovia. Ligo o computador e na imagem de satélite tem uma super- célula de instabilidade em cima de Santa Cruz do Sul e se deslocando em direção a Porto Alegre, exatamente o sentido inverso que faríamos. Optei por chegar seco no DC e fui de carro.

Claro que durante este deslocamento não choveu forte, mas o asfalto estava muito molhado devido as fortes pancadas anteriores, ou seja, essa foi a melhor decisão naquele momento.

Cheguei no DC e fui direto despachar a bagagem. O Briefing já estava em andamento e não pude acompanhar como gostaria, pois ainda tinha que montar a bike e arrumar tudo para a largada. Encontro o Rafael e falo sobre a provável super-célula de instabilidade que estaria exatamente em nosso caminho. Ele me diz que ia ser apenas algumas pancadas de chuva e eu também queria acreditar que sim, mas no fundo eu sabia que seria mais ou menos como ocorreu, começando pelo aguaceiro que caiu uns 30 minutos antes da largada.

Tudo arrumado na bike era hora de partir numa largada controlada até a ponte do Guaíba. Exatamente em cima da ponte avisto o Ivã. Nos questionamos sobre participar ou não deste Brevet, mas era fato que nenhum de nós perderia essa chance. Convidei ele para vir junto, pois pedalamos em ritmo muito parecido, mas ele preferiu ir mais na calma.

Logo estava eu sozinho, acompanhado pelo carro da organização que passava vez por outra e obviamente pela chuva, que embora fraca, se fazia constante. Não imaginava neste momento que faria todo o Brevet solitário, mas não me importo, pelo contrário, gosto de pedalar no meu ritmo e não depender de esperar nos Pcs e tão pouco fazer alguém me esperar. Em uma prova longa são tantas as particularidades e singularidades que quanto mais dentro do seu limite (leia-se dentro de sua zona de conforto, e esta zona de conforto é só sua, naquele momento) você estiver, maiores são as chances de êxito. Sem falar nos altos e baixos durante o trajeto, pois tem momentos em que você está muito bem e daqui á pouco seu rendimento naturalmente, desesperadamente ou inexplicavelmente baixa.

Passando o primeiro pedágio e já estava na reta interminável da BR 290. Ao olhar para direita era possível ver muitos raios que insistiam em cair. Logo que passei o segundo pedágio e acesso a RS 401 tive a certeza de que a previsão estava se confirmando: era a forte instabilidade que nos alcançava. Uma forte e fria chuvarada.

Parei rapidamente no Postaço para ir ao banheiro e segui sempre com chuva até começar a clarear o dia, que na realidade estava nublado. A ideia inicial era chegar até ás 7 horas no PPP, sendo este objetivo cumprido. Corri ao banheiro novamente (com chuva parece que dá mais vontade de mijar).

Ser o primeiro a chegar me trouxe o benefício de um atendimento personalizado e rápido, muito bom mesmo. Melhor ainda a torrada com pão caseiro e o café preto. Já estava tremendo de frio e terminando de arrumar tudo para sair quando chegaram vários ciclistas.

Nem pensei muito e fui rápido para estrada, tinha que me aquecer novamente pedalando. Com o clarear do dia senti que a bicicleta estava saindo muito de traseira, principalmente quando pedalava um pouco em pé. Num primeiro momento achei que fosse o piso molhado, fazendo o pneu deslizar no asfalto, mas pude constatar que havia algum problema na roda.

Parei e verifiquei que haviam alguns raios soltos, com folga. Isso não interferiu no rendimento, porém sabia que era uma questão de tempo e que teria de ser consertada a roda. Ao chegar à RSC 287, até o sol deu as caras em meio a muitas nuvens e a chuva que ainda caia.

Subi as sete curvar e cheguei ao primeiro PC, no Posto Nevoeiro. Parada estratégica mais uma vez para ir ao banheiro, comer, carimbar pela primeira vez o passaporte e verificar com mais calma a roda. Estavam ainda mais soltos os raios. Precisava de uma oficina e sabia que passaria na frente do Faccin. Precisava apenas que a roda aguentasse até lá. Avisei a Ninki que passaria na oficina e tive muita sorte, pois consegui chegar ás 10:15 no Faccin. Enquanto arrumavam a roda ficamos conversando sobre as provas que já havíamos feito (muito bom recordar) e sobre as futuras provas.

O conserto foi rápido (cerca de meia hora) e ficou uma beleza. Me despedi de todos da loja e segui rumo a Rio Pardo e Pantano. Neste ponto do caminho a chuva deu uma acalmada e poucos pingos caiam. Uns 5 km depois já no distrito industrial de SCS me passa o Miguel, do outro lado da pista. Ele é uma pessoa única, está sempre disposto a ajudar. Lembro o quanto seu trabalho foi útil (assim como de todos os voluntários) no primeiro Brevet de 1000 km em 2009. Ele ficava com o carro de apoio o tempo inteiro controlando todos na estrada.

Conversamos sobre de tudo um pouco, nos despedimos e segui em frente. Me senti muito bem com tudo o que estava acontecendo, as pessoas que estavam aparecendo em no caminho, não podia ser por acaso. Pessoas especiais dispostas a ajudar e que te dão outra perspectiva em seu caminho. Essa é a prova de que na estrada nunca estamos sozinhos. Sem este apoio não chegamos a lugar algum.

Passado o momento de reflexão, hora de voltar para o Brevet. Se é verdade que naquele momento não chovia quase nada, também era verdade que nuvens escuras começaram a se armar em todas as direções. Assim que cheguei à Raabelândia, cai um aguaceiro novamente.
Eram 12:45, estava já com fome mas o almoço era na próxima parada, 40km á frente. Enganei a barriga com o que tinha na bike, lubrifiquei a corrente que já estava falando, ou melhor, gritando por óleo e parti rumo a Encruzilhada do Sul. A chuva continuava forte, bem como o vento, que por sorte era favorável, ao menos nos primeiros km.

Sou suspeito para falar desta parte do trajeto, por ser disparado um dos meus favoritos, desde 2009 quando o percorri pela primeira vez no Audax de SCS. O asfalto é impecável, sem buracos e muito liso. Pode-se confiar no acostamento, que mesmo sendo estreito é igualmente liso, relativamente limpo e em muitos pontos sem degrau. E o visual é de tirar o fôlego, literalmente. Muito mais pela altimetria do terreno, é bem verdade, pois não existe monotonia nesta parte, ou se está subindo ou se está descendo.

Na ida se sobe muito mais durante estes 40km. E sem almoço, já próximo ás 2hs da tarde, ou passando um pouco, não lembro, aconteceu a tão temida quebrada. Por mais que se tenha experiência e se alimente, todos estão sujeitos a falta de energia. Credito esta em especial ao fato de estar todo molhado e gastando muita energia, muito mais que o normal para manter a temperatura do corpo. Embora estivesse numa das muitas subidas desta parte, ainda estava um pouco frio. Mantive a calma, pois sabia o que tinha de fazer. Puxei um sachê de gel, e tomei água e isotônico. Aos poucos fui retomando a quase normalidade para chegar com muita fome ás 15:07 no Posto Franck.

Chegar com fome eu diria que foi proposital, pois sabia que seria o PA onde estava programado o almoço (na volta a janta). Servi um humilde prato e devorei com muita vontade o delicioso almoço. Destaque para a qualidade da comida. Somente para garantir repeti a dose, com direito a sobremesa. Destaque também para a sobremesa (torta de bolacha de chocolate e ambrosia). Conforme anteriormente divulgado, este PA estaria fechado á partir das 20:00 hs e deveríamos servir uma marmita para o retorno. Assim sendo, servi minha marmita.

Enquanto almoçava tinha a dúvida sobre a chuva, que parou um pouco antes das 15:00 hs. Havia algumas nuvens escuras no céu e tudo ainda poderia acontecer, meteorologicamente falando. Apostei que não mais choveria, ao menos em tão grande quantidade como até então. Coloquei uma camisa segunda pele seca e me dei ao trabalho de lavar a bike com a uma mangueira do posto, somente para tirar toda a areia que fica grudada e sujando tudo. Acho até que neste momento a bike estava mais limpa que o ciclista, com certeza.

Sai ás 16:12 em direção ao seu Dario, 49km adiante.Depois de uns 2km percorridos me dei conte que ainda estava com o protetor das sapatilhas e deveria tirá-los para tentar secar um pouco os pés, que estavam ensopados desde praticamente a largada. Sentir o ar penetrar nos pés e fazer evaporar um pouco ao menos da umidade foi gratificante. Sempre que sei que vai chover tiro as meias, pois elas retêm muita umidade e esfriam demais. Sem as meias os pés ficam mais aquecidos, mesmo molhados e facilita na hora de secar quando para de chover, como neste caso (fica á dica).

As melhores subidas (digo as melhores porque gosto de subidas) ficam nestes quase 50km. O visual nesta parte também continua a merecer muita atenção. Vale cada esforço para contemplar o entardecer em cima da bike nesta região. A chuva parecia que realmente havia cansado de cair e aos poucos dava lugar ao céu claro bem ao fundo no horizonte, muito belo mesmo.

Os campos em alguns pontos são decorados com parreirais infinitos até quando não se possa mais ver. Em outros pontos casas perdidas no meio do nada me fazendo pensar na paz, tranquilidade e privilégio de ter toda essa imensidão como quintal. E a estrada, com inclinadas e magníficas subidas constantes, falsos planos; tanto na ida quanto na volta, um espetáculo. Quem já foi até o fim desta rodovia, a RSC 471 em direção á Canguçu, sabe que logo após passar o ponto que era o nosso limite, a Venda do Dário, tem a Serra do Abranjo e o caminho segue com igual beleza e singularidade.

Anestesiado, (gosto tanto desta parte e é assim que me sinto tendo o privilégio de andar nestes 180km desta rodovia) chego 18:07 no seu Dário. Senhor humilde e de bom papo, sempre com muitas histórias e um sorriso ao ver os ciclistas chegando. Parada rápida apenas para ir ao banheiro, aplicar a pomada na bunda (que deve ser aplicada religiosamente a cada 50km mais ou menos, sob pena de as assaduras não permitirem sentar no banco).

Ainda estava com o nutritivo almoço no estômago, logo não sentia fome alguma. Tinha presa pois queria aproveitar os últimos minutos do dia que rapidamente se entregava para a escuridão da noite. Sai ás 18:31 ainda com luz natural mas com o farol pronto para ser usado, o que não demorou para ser necessário, cerca de 20 minutos apenas.

E durante estes 20 minutos é que se tem a bela imagem dos campos sendo engolidos e sumindo no horizonte pelos últimos raios de luminosidade. Não mais chovia e o céu dava mostras de que iria estar até estrelado.

Sabia que levaria 2 horas para chegar até o Posto do Franck novamente, ou seja, por volta de 20:30. Cheguei exatamente neste horário e para minha surpresa ainda estava tudo aberto, inclusive o Buffet. Falei com a Ninki e me disse que muitos estavam recém chegando para o “almoço”, por este motivo conseguiu adiar o fechamento.

Minha marmita já estava servida, no entanto eu ainda não estava com muita fome, mas sabia que depois deste posto praticamente não haveria mais possibilidade de janta. Fiz um esforço e consegui comer metade da marmita (quando servi deveria estar pensando que iria comer igual ao almoço). Sai ás 21:20 voltando para Pantano Grande, sob um céu de estrelas e a luz da lua ajudando a iluminar o caminho que neste ponto possuí mais descidas.

Foi importante estar muito bem alimentado para tentar colocar em prática algo que eu só iria saber ser possível conforme a avaliação de cada momento.

Falo sobre estratégia.

Em todos Brevets de 600 km que fiz sempre parei para dormir e recuperar as energias na marca dos 400 km. Queria tentar algo diferente desta vez, sem parar para dormir um longo período. Estava disposto á dormir pouco tempo e em qualquer lugar, sem conforto mesmo, tipo nos bancos da Raabelândia, como muitas vezes já havia visto muitos ciclistas fazer.

Está parte sempre rende bastante a pedalada e ás 23:02 estava eu de volta a Raabelândia. Este era o ponto primordial em minha decisão de seguir em frente ou parar para descansar. Confesso que estava com sono e cansado. Mas tinha tempo de sobra e isso é uma tentação que eu teria que resistir se quisesse fazer de modo diferente estes 600 km.

Lubrifiquei novamente a corrente, passei a pomada e pedi um copo grande de café preto, que sempre é servido quase fervendo, mas como estava um pouco frio era até melhor que fosse bem quente. Tomei o café, sem açúcar, junto com uma barra de MilkyWay (não precisa de açúcar no café porque este chocolate chega a ser enjoativo de tão doce, logo o café amargo faz o equilíbrio). Sempre levo este chocolate e é muito bom, super- calórico, muito doce e gostoso, tudo que o ciclista precisa. Com café então...

Deu certo!!!

Me senti pronto e confiante para no mínimo tentar chegar em Santa Cruz do Sul. Ao contrário dos 180km anteriormente percorridos com extrema satisfação, este trecho entre Pantano Grande e Santa Cruz do Sul é o que menos gosto (junto com a parte da reta interminável da Br290 na chegada). O acostamento inexiste em muitas partes, tem muitos caminhões que se tu ratear passam por cima mesmo, o asfalto é rugoso e irregular.

Por ser no meio do feriado acho que somente um caminhão, pelo que me lembro, passou por mim e pouquíssimos carros. Não tinha vento quase até a chegada em SCS e o caminho foi super tranquilo e gostoso de percorrer. Uns trinta minutos antes de SCS começou a soprar um vento gelado, que embora não fosse contra baixava um pouco a sensação térmica.

Chegando no Hotel Antonio’s (02:24) fui muito bem recebido pelo Udo, a Marga e a Lidiane. Como faz bem poder contar com voluntários deste nível no meio da madrugada. Conversamos sobre a prova e outras histórias e mesmo a Ninki me pedindo para ficar no hotel e descansar nem que fosse ao menos umas 2 horas, eu estava disposto a não ficar em hotel e achar qualquer lugar para tirar um cochilo ou ao menos tentar.

Parti ás 3:00 hs, exatamente 24 hs após a largada, com 456 km acumulados e a certeza de que mesmo em um ritmo mais devagar está era a melhor escolha.

Subi a serrinha, passei o Fritz e a Frida e logo estava descendo ás sete curvas. Estava bom de pedalar, exeto pelo vento, mas totalmente suportável. Depois da descida continuava tentando achar um canto para me atirar e eis que avisto uma cama, digo, uma mesa de sinuca em frente a um bar que estava fechado. Não havia uma viva alma ao redor do bar nem nas imediações. Não pensei muito e logo já estava acomodado em minha verde “cama”.

Devo ter cochilado uns 20 minutos e com o vento fui obrigado a levantar acampamento devido ao frio. Eram por volta de 4 horas. Continuava a procura de um local e assim que sai da RSC 287 e acessei a RS 405 avistei um restaurante com dois bancos na frente, em local sem vento e relativamente seguro. Me acomodei e durante mais ou menos uma hora descansei o possível para sair ao clarear do dia, por volta de 5:30.

Comecei a pedalar e junto com o clarear do dia uma fina garoa que foi ficando cada vez mais forte se fez presente durante uns 30km. Ainda bem que ficou apenas na ameaça de uma chuva mais forte. O vento continuava a soprar, muitas vezes contra ou lateralmente. Fiz algumas paradas não programadas para tirar novamente as meias, embalar tudo que não podia ser molhado e comer.

Foi o trecho mais lento e demorado, porém já era esperada esta dificuldade devido ao cansaço acumulado. De volta ao PPP ás 07:40 para o café da manhã com a deliciosa torrada de pão caseiro. Fui obrigado a comer não apenas uma, mas duas torradas com um copo de café preto e outro de café com leite. Estava prevista massa para este ponto, mas troquei pelas torradas devido ao horário e a qualidade das mesmas.
Conversei bastante com os donos do PPP. Pessoas humildes e dispostas sempre a ajudar, sem palavras. Se estivesse de escolher um local estratégico que não pode faltar neste caminho seria com certeza o PPP, já que fica bem posicionado em relação à distância. Energias repostas era o momento dos últimos 100km. Saindo ás 08:15 sabia que na pior das hipóteses até umas 14:00 hs deveria chegar.

O asfalto continuava molhado e o vento sem parar soprava em várias direções conforme a estrada. As torradas cumpriram seu papel e forneceram energia extra para vencer as muitas subidinhas desta parte. Subidas curtas, mas constantes. O sono não era problema, me sentia alerta e tentava manter a cadência. Por vezes garoou novamente, mas o que mais preocupava era o forte vento que a esta altura começava a mostrar sua força.

Chegando no Postaço (10:25) fui correndo ao banheiro, fazer tudo o que já havia feito durante a prova e mais o número dois. Depois de tanta comilança uma hora seria inevitável aliviar a pressão. Feito o serviço sujo parti (10:57) para a menos prazerosa porém necessária BR 290. Até chegar à BR o vento era contra. Foi preciso paciência e calma, muita calma.

Ao acessar a 290 ficou lateral, quase cruzado, jogando a bicicleta para cima da pista. Muito esforço para pouco rendimento e mais uma vez paciência e calma, muita calma.

Depois do viaduto alguns km de vento á favor. Porém tudo que é bom dura pouco e na primeira curva para á direita, vento totalmente contra. Este parecia estar pior e mais forte, realmente segurando a bike. O pior foi passar pelas pontes, pois toda sujeira do acostamento era arremessada em diversas direções, principalmente em quem passava de bicicleta.

Vencida a última ponte, do Guaíba, estava finalmente chegando ao final.

Foi bonito e emocionante ver o José, esposo da Ninki, ao me ver: “O Saul chegou, o Saul chegou, ele chegou”. Sem palavras!!!

Agradecimentos:

Minha esposa Aline que está sempre presente apoiando de todas as formas: durante os treinos, fazendo sempre comidas nutritivas para repor as energias, aplicando aquelas massagens milagrosas antes e após a prova e sendo compreensiva durante o tempo que estou distante. TE AMO MUITO!!!

Todos voluntários deste brevet pela dedicação e empenho na estrada, sem o trabalho destes apaixonados pelo ciclismo não teríamos muitas das facilidades e segurança neste longo trajeto.

A Ninki que organiza com dedicação, competência e está sempre pronta para responder minhas dúvidas durante o Brevet.
Ao José pela parceria na chegada: as fotos, a gritaria e os petiscos, tudo muito bom.

Ao Faccin pelo conserto da roda, a sempre boa conversa e por ter também proporcionado diversos Brevets em Santa Cruz do Sul, inclusive este ano.

Ao Miguel, meus parabéns pelo teu aniversário que fiquei sabendo depois que era naquele dia, tu merece tudo de bom em tua vida, é uma grande pessoa.

Ao Rafael pela parceria nos treinos e amizade.

Obrigado á todos e desejo saúde, motivação e força para continuarmos a nos divertir nestes momentos únicos e inesquecíveis em nossas vidas!!!

Quanto ao título minha resposta é SIM, estes 600km foram mais difíceis e desgastantes que os 1000km de 2012. A prova de que ás condições climáticas interferem direta e decisivamente, até mais do que a própria distância.

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4 Responses to “600km podem ser mais difíceis que 1000km?”

Anonymous disse...
25 de setembro de 2013 às 11:01

Ótimo relato, uma base boa para saber como proceder (ou ter uma idéia) da dificuldade imposta em uma prova de mais de 600kms.


valter malta disse...
25 de setembro de 2013 às 13:24

Bah o que dizer.....PARABENS com letras garrafais, vou guardar teu relato para os meus intermináveis treinos, já que nesse ano abortei a missão dos 600 por não me achar ainda preparado para essa distancia, excelentes dicas e um texto de primeira....novamente os meus sinceros PARABENS


Clandestino disse...
25 de setembro de 2013 às 14:22

Grande Saul, sou seu fã!! Parabéns.


Unknown disse...
28 de setembro de 2013 às 11:02

Ousado, ostil e triunfante assim o descrevo Saul velho combatente estradeiro dos pampas meus parabéns pela conquista em breve nos encontraremos na estrada abraço.(Claudio Kantino)


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