3 de jun. de 2013
BRM 300 km - Relato do Leandro Leite
3 de jun. de 2013 by Sociedade Audax de Ciclismo
Com o relato dos voluntários Tiago e Maurício, sabia que seria um pedal bem difícil, principalmente pela altimetria. O meu planejamento era fazer as paradas para descanso e alimentação somente nos PCs, e almoçar caso tivesse algum tempo sobrando. Se conseguisse chegar no PC 3 de Farroupilha (km 228 na volta) antes de fechar teria tempo sobrando para poder descansar até o final. Até cheguei a emprestar a minha câmera para a Romi poder fotografar (não queria perder tempo fotografando o percurso).
Leandro ainda no briefing
Foi bem tranquilo chegar em São Leopoldo, peguei o Trensurb, até encontrei o Valter saindo do trem na estação (tinha pego outro vagão). A largada foi no horário combinado, tentei pedalar com um bom ritmo até Bom Princípio. Já estava de madrugada quando começamos a subir em direção a Farroupilha. Sempre tinha 3ª faixa e nenhum trânsito, numa noite de lua cheia e sem frio (até mesmo porque é só subida). Subi na maior parte conversando com o Helton (falando sobre o aplicativo que está sendo projetado – dei até umas dicas). No percurso de São Leopoldo até o PC 1 de Farroupilha, foram pedalados 77 km em 4 horas, com direito a subida de 1.100 .
Aproveite para me alimentar e descansar no PC de Farroupilha durante 35 minutos. Já estava 8º C, começando a fazer frio (principalmente quando paramos). Comemos um prensado muito bem feito, conversamos um pouco e logo partimos.
Logo que saímos de Farroupilha (apenas uns 7 km depois do PC) a corrente do ZZZZ arrebentou (levou junto o cambio dianteiro). Prontamente o Helton se dispôs em consertar, com a ajuda dos colegas que ofereceram o jornal para colocar no chão para não sujar a corrente. Rapidamente partimos, o pessoal estava bem rápido, eu mal conseguia acompanhar. Tentei ficar perto do pessoal até a entrada para Boa Vista.
Cheguei no acesso a Boa Vista (o pessoal estava parado esperarando todos), eu nem parei, segui em frente com a companhia do Valter, até mesmo porque tinha o percurso no meu GPS (não tinha como se perder). Chegamos em um local de uma santa no meio da pista, o GPS indicou que tinha que sair da rodovia e pegar a esquerda. Mas o Valter (e mais uns dois ciclistas) tinha seguido em frente. Até perguntei para eles se tinham escutado alguma coisa no briefing sobre o local, mas senti que eles sabiam o caminho. Depois de alguns km pedalados, como estávamos indo para direção errada, e também não vinhamos nenhum outro ciclista, vimos que tínhamos que ter pego a outra estrada, tivemos que voltar.
Já no caminho correto (como estava marcado no GPS), seguimos em direção a Boa Vista. Já no meio da cidade encontrei o Tiago e Maurício em um PC secreto (para a organização poder controlar caso algum ciclista “atalhasse” por outro local). Foi escolhido um local bem visível, na frente de um posto de saúde (até tinha uma ambulância estacionada). Rapidamente carimbamos o passaporte e seguimos em frente. Descemos a serra com bastante serração, mas como era cedo, mal tinha carro na rodovia. Levamos quase 4 horas para percorrer os 77 km (com direito a 840 metros de subida) de Farroupilha até o PC de Estrela. Chegamos no posto bem cedo às 7:30 da manhã.
No PC de Estrela estava o pessoal da região que ajudou a organizar o local. Encontrei os amigos de Teutônia, que fizeram os Audax de 600 km semana retrasada. Aproveitei para comer um pastel de queijo (o Helton pegou outro pastel mas não gostou muito), ficando uns 50 minutos no local. Fiquei um tempo esperando alguém para não ter que seguir sozinho, mas vi que o Helton estava se enrolando com o pastel e resolvi encarar a subida da volta sozinho mesmo.
Logo depois de Teutônia existe uma subida em torno de 7 km. Toda ela com 3ª pista, já com algum movimento de carros (porque era dia). Estava começando a esquentar, tive que parar em 2 locais para trocar de roupa, subi junto com o ciclista de Rio Grande. Quando passei pelo desvio de Boa Vista, tentei achar o pessoal do PC secreto, até achei que os dois voluntários estivesse dentro da ambulância parada, mas não encontrei. O Tiago estava nos esperando já no restaurante do almoço (ele controlava visualmente o pessoal saindo do desvio). Levei 3 horas para percorrer os 41 km de Estrela até o local do almoço (com direito a mais 910 metros de subida).
O pessoal serviu muita comida, nem cheguei a comer a salada de maionese e a de batata frita, mas estava bom o queijo frito. Estava me preparando para sair quando Eric Brack tinha a recém chegado. Fiquei um bom tempo (em torno de 50 minutos) almoçando porque já estava cansado de tanta lomba, até já tinha estourado o tempo planejei. Depois de ouvir algumas vezes a Ninki falar que tinha ficado muito tempo, resolvi partir para encarar a ultima parte difícil.
Na saída fiquei sabendo com o pessoal do restaurante que existia um lomba ingrime antes de chegar em Farroupilha. Claro que existiam muitas lombas (alias, era só lomba), todas eu pensava que essa seria a tal grande lomba que o pessoal falou. Um pouco antes da entrada da cidade, minhas dúvidas acabaram logo que vi a maldita. Já estava meio cansado de tanto subir, e meio de birra, subi pedalando toda (até o joelho esquerdo começou a doer). Logo depois (ou antes, não me lembro) encontrei parado o ZZZ consertando a corrente novamente (acho que ele conseguiu desta vez usar a ferramenta que nunca tinha usado), ofereci ajuda (apesar de não ter muito o que fazer), mas logo vimos que o melhor eu era prosseguir porque já estava com o tempo estourado para chegar no próximo PC.
Depois de pedalaros últimos 600 metros de subida nos 35 km, por 2 horas, cheguei no PC de Farroupilha às 14:21. Rapidamente carimbei o passaporte, comi uma banana e logo parti com o grupo que já estava saindo para descer a serra. Estava bem feliz, porque sabia que o final seria bem fácil, sem muitas subidas. Também fiquei sabendo que a Ninki até apostou que eu não chegaria a tempo (vai ter que pagar a próxima pizza).
(Explicações da Organização) Claro que meu querido amigo e voluntário da SAC, tinha que dizer que eu achava que ele não iria terminar. Mas Leandro, eu não apostei nada!! E a próxima pizza quem paga é você; não é Romi? Na verdade (enquanto a gente discutia a infra necessária para a estrada) a conversa foi sobre quantos ciclistas a gente precisaria resgatar no trajeto. E note, o maior motivo que eu disse que você se atrasa, são as fotos e você ouviu meu conselho e deixou sua digital com a Romi, portanto não "perdeu" tempo com fotos.
Foi praticamente só descida até Bom Princípio, foi bem legal descer a serra a 50 km/h. Mas estava cansado porque mal tinha parado para descansar. Resolvi tentar achar algum lugar se alimentar. Achei uma lancheira em Bom Princípio, onde tomei o melhor suco de morango e mais um sanduíche. Logo depois chegou o ciclista de Rio Grande, que também aproveitou o suco e partiu rapidamente. Eu esperei mais um bom tempo descansando. Sabia que a partir dali seria moleza. E foi bem tranquilo (apesar do congestionamento da rodovia).
Completei os 300 km em 19:35, subindo mais de 3.700 metros de altimetria, numa noite de lua cheia, que nem muito frio fez. Acho que foi um das melhores experiências de audax que já tive, num percurso muito bonito e bom de pedalar. O meu agradecimento com o apoio do pessoal da organização, principalmente nesta difícil prova que, sem ajuda, não teria conseguido completar no tempo. E que venha os 400 km com menos lombas. Tags: relatos , Série 2013
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3 Responses to “BRM 300 km - Relato do Leandro Leite”
4 de junho de 2013 às 03:25
Leandro, eu também achei que tu não chegava. Mas não falei pra ninguem, era minha opinião. Mas se tu estava determinado a completar a prova, isso foi decisivo para ter completado. Parabéns.
4 de junho de 2013 às 05:09
Olá Leandro tudo bem com Vc !!! Sou Augusto de Rio Grande, meu irmão Miguel manda um abs. Subimos uma lomba(7 KM) juntos onde presenciasse um tombo meu pois acredita se quiser não conseguia CLIPAR meu pé direito, pois o taco gastou(deveria eu ter verificado antes)já saí de São Leo qdo me dei de conta e não tinha mais o que fazer !!! Lembro qdo conversavas com meu irmão no Restaurante, qdo parei e tomamos o suco de morango(estava ótimo mas tão gelado que qdo dormi em POA num hotel à noite minha garganta ardia). Foi um prazer ter pedalado e conversado contigo. Desculpa não ter feito o percurso até São Leo com Vc tinha me atrasado tanto que queria chegar de uma vez. Completei o percursso com 326.5 KM com minhas erradas do trecho. Valeu a dica do GPS que desse para meu mano no restaurante. Em agosto nos vimos novamente nos 400 KM. Grande abs. e fique com Deus, que a Paz de Cristo lhe acompanhe sempre !!!
4 de junho de 2013 às 11:30
Carlos, eu também não falei nada pro Leandro antes da prova, ele ficou sabendo disso depois de concluir o trajeto. E só ficou sabendo porque é da Organização e ficou por ali com a gente!
abraços, ninki
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