8 de ago. de 2009

Sobre Motoristas & Ciclistas

olá pessoal,

Por diversas vezes já publiquei aqui, textos de qualidade e com fundamento que encontro quando estou zapeando na NET ou em nossas listas.
Pois bem, hoje acordei cedinho, tinha me programado para ir até a Rodociclo pedalando... mas pra variar chove muito em Porto Alegre, então peguei a vacaprofanna, instalei no meu rolo Trans X, (aquisição nova e muito util) e pedalei por 40 minutos, no conforto da minha sala. Depois do cafezinho caprichado preparado pelo meu atencioso marido, sentei no pc para colocar a leitura em dia. E encontrei na lista do Brevet 1000, esse texto "bronca" do Udo.
Como compartilho da mesma opinião que ele, que nem sempre os motoristas são únicos "culpados", estou publicando aqui no blog.
Leiam com atenção e reflitam sobre o tema!!

"Toda vez que vem a tona o papo de que (apenas) motoristas são mal-educados, e de que todas as vezes que um carro passa quase raspando, provocando nossa ira, como se fossemos seres imaculados e intocáveis, me sinto como integrante do MST, onde os próprios tudo podem e os de fora é que são os malvados.

Vou citar apenas 2 exemplos que presenciei na 2a etapa:

1) Na ida para Cachoeira do Sul um ciclista que estava mais à frente, pedalando na pista, junto à linha branca (como EU também faço, e quase SEMPRE faço) percorria um trecho que estava em obras e, portanto, haviam cones no meio da rodovia, separando as duas faixas.
Como eu uso retrovisor e vi que um caminhão se aproximava, desci da pista e gritei que havia veículo se aproximando, mas o ciclista da frente achou que não seria necessário ir para o acostamento. Resultado: O caminhão tirou uma fina do cara, que ficou com... Digamos MAIS motivos para achar que os motoristas são seres dos quintos dos infernos.
O interessante é que o CONE, no meio da pista chegou a cambalear, mas logicamente não praguejou. Se tivesse caído talvez praguejasse. ..

2) Quando já estava escuro, pouco antes de atravessar a ponte do Jacuí em Rio Pardo, num dos vários trechos entre Pantano e Rio Pardo, onde o acostamento é uma BOSTA... Agora eu não posso mais ver se o veículo que vem irá me ultrapassar OU tirar uma fina. Só vejo luzes. Na dúvida EU REDUZO E VOU PARA O ACOSTAMENTO, mas alguns ciclistas que estavam mais à frente, curiosamente mantiveram o ritmo, pois, apesar daquela tripa de 17 veículos me ultrapassar de uma vez só, pude observar ao longe que os seres pedalantes se mantiveram retos e firmes junto a retilínea e infindável linha branca, sem o estresse de ter que descontar um mísero km/h da sua média...

Assim, eu penso...

1) Quando algumas organizações proíbem que se pedale na pista, certamente não é sem motivo. Eu gosto de andar na pista, quem não gosta? Não gostaria que proibissem.
2) Embora eu ande na pista, estou consciente que PISTA É ESPAÇO EXCLUSIVO PARA AUTOMÓVEIS, eles tem a preferência. EU É QUE ESTOU INVADINDO O ESPAÇO DELES. Entendo que eles deveriam respeitar os demais principalmente (apenas) onde NÃO HOUVER ACOSTAMENTO.
3) Se o acostamento está ruim, reduza e/ou PARE. Depois que os carros passarem, volte para a pista. Use retrovisor.
Eu desço da pista quando:
A) houver carros se cruzando.
B) quando for uma curva, sem visibilidade para o carro
C) Se vejo que o carro não está se afastando devidamente - quer tirar uma fina.
D) Quando não puder prever a manobra que o carro fará ao passar por mim, normalmente de noite.

Acho interessante adesivos do tipo "respeite o ciclista" e "distância de 1,5m". Entretanto, acho que, embora sejam para uso URBANO, nós também temos que respeitar o espaço dos automóveis. - Nos dar ao respeito.

Se o acostamento está ruim e quiserem protestar, cobrar da concessionária através de campanhas de pagar pedágio apenas com notas de 50 REAIS (Como faz o Erich). Estou totalmente de acordo.

A menos que alguém tenha vocação para MÁRTIR, mas acho que não vai ajudar muito, na verdade, acho que irá criar problemas p/ organização de futuros Randonnées.

No fim das contas, chego a pensar que devo jogar meu retrovisor FORA e, simplesmente colar um "me respeite" nas costas. Simplicidade absoluta. Deixarei que os outros cuidem de mim, e poderei observar mais passarinhos, placas de km e curtir a paisagem do caminho macio e suave... Posso até morrer, mas morrerei com RAZÃO! O que poderia ser mais perfeito?

[]´s Paiudo"

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4 Responses to “Sobre Motoristas & Ciclistas”

artur disse...
8 de agosto de 2009 às 11:17

Parabéns ao Udo pela opinião e à Ninki por publicar.

Acho que não existe um ser mais maniqueísta do que o ciclista. Os "outros" sempre estão errados.

Por outro lado, na hora de respeitar o pedestre, ou de facilitar a vida do motorista, o comportamento, em média, do ciclista, é pior que os dois e mesmo do que o dos motociclistas.

Quem quer respeito precisa se dar ao respeito e fazer por merecer.


Anonymous disse...
8 de agosto de 2009 às 18:44

Acho que o comentário do Udo é racional e coberto de razão. Em um Audax na 290 já fiquei com imensa dores no pescoço te tanto olhar para trás nas situações relatadas pelo Udo.

Carlos Polesello


Andarilho disse...
10 de agosto de 2009 às 16:03

Muito importante este tipo de abordagem... jogar pedras, todos jogam, mas sustentar uma argumentação fundamentada, poucos fazem. Normalmente a preguiça fala alto, e deixamos passar, até que sejamos realmente atingidos por uma situação de forma irreversível. Ah, se todos pensassem um pouquinho... o mundo seria outro!


Anonymous disse...
2 de setembro de 2009 às 02:59

Espelho retrovisor deve ser obrigatório para os brevets de 2010!
abs

marcelo
curitiba


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