25 de out. de 2012
Giro do Chimarrão II - Relato do Gilson
Foi uma grande benção poder participar de mais um Giro do Chimarrão e completá-lo.
Parabéns à equipe maravilhosa de organizadores e voluntários que se doaram para atender a nós ciclistas nos PAs e PCs.
A alimentação estava ótima, faltando um pouco em Cruz Alta no Hotel, pois tínhamos um longo trecho pela frente.
Foi um prazer ajudar o nosso amigo Lazari que passava por dificuldade com o sono e acompanhá-lo durante algumas
horas.
Obrigado Alex, esposa e Vitor pela companhia de Santa Cruz do Sul até o Postaço. Devido a chuva excessiva, meus faróis não continuaram desempenhando corretamente seu papel.
Resolvi ir ao Audax 1000 com pneus 700x23. Adiantei a viagem a Porto Alegre para comprar câmeras que recebessem o líquido milagroso para fazer uma viagem “tranqüila”, pois até então fiz a série com pneus 1.3 da continental aro 26 que não furam com tanta freqüência.
Relato por Trecho:
1º Trecho: 121 km na BR 290, muito calor, fiquei com fome já no km 66 da prova e acabei ignorando esta exigência do corpo, o que em outra oportunidade não faria mais, muitos pneus furados de companheiros de audax e enfim chegou o PC1 na Raabelândia para reabastecimento de muito líquido e comida. Agradeço a gentileza do Tim e do Alex pelas doações.
2º Trecho: 178 km - Furei um pneu antes do Frank com um corte lateral e outro em uma pancada seca em um buraco em direção ao Bar do Dário. Foi-se o investimento feito no dia anterior.
3º Trecho: 128 km - Sem maiores problemas paramos (Rafael Dias e eu) no PC4 e nos reabastecemos até com água de coco, gentilmente cedida pela esposa do João Marciano que neste momento descansava na grama. Fizemos uma parada na Tenda do Naldo PA e degustamos um suco. Chegando perto de Candelária sentimos o drama de termos de pedalar na pista devido as más condições do acostamento naquele momento com o intenso movimento de caminhões que buzinavam e nos tiravam da pista sem dó nem piedade. Depois deste sufoco fomos almoçar para logo em seguida enfrentar o gigante da candelária e Passa Sete.
4º Trecho: 171 km: Candelária é e sempre será um desafio para ciclistas. Como a temperatura estava muito alta, em torno de 28,5º C resolvi subir andando em uma velocidade de 4.7km/h para não comprometer os joelhos, lembrando-me do Francisco do DF em 2010, que não conseguiu continuar devido a fortes dores nos joelhos. Cheguei no Neblinão com fortes dores lombares, estava tenso devido à muitas subidas. Agradeço à massagem que recebi do voluntário do Rio.
Em Estrela Velha, Rafael Dias, Ronildo e eu, comemos uma deliciosa Pizza e logo seguimos viagem. Antes de Cruz Alta, encontramos o Lazari com dificuldades de se manter acordado e o acompanhamos até o Hotel Califórnia, onde dormimos cerca de uma hora e meia.
5º Trecho: 125 km: Saí junto com o Lazari com problemas com sua roda traseira que tocava cada vez mais no quadro, comprometendo assim o desenvolvimento de uma velocidade melhor. Agradeço ao pedaço de bolo que o Lazari repartiu comigo, pois o café da manhã (duas fatias de pão com queijo e presunto e um café; admira-me um Hotel só ter isso a oferecer), foi insuficiente para pedalarmos uma grande distância. Um pouco adiante nos separamos e deixei o Lazari com o voluntário para ver se continuasse ou não. Pedalei então a busca de uma recuperação de tempo, parando em Ibirubá em uma lanchonete para abastecimento. Tive uma boa recuperação e pedalei forte, mas o dia vinha esquentando cada vez mais e fiquei sem água, obrigando-me a entrar em uma porteira em busca d’água a qual foi gentilmente cedida e era água de poço, deliciosamente geladinha. Agradeci e fui adiante, até chegar ao Hotel Horácio PC7, onde novamente abasteci e recebi um salgadinho da organização.
6º Trecho: 117 km: Soledade, Barros Cassal, Restaurante do Carlão, Posto BR PC8, Herveiras e assim por diante. Oooohhhhhhh trecho que não acabava mais. Para mim este trecho foi o mais difícil de todos. Se não fosse as belas paisagens não sei se teria conseguido. No Carlão um sujeito ficou falando que é mole até o posto, pois a maioria do caminho seria descida. Fiquei com muito ódio desse cara, pois o que se subia era algo inimaginável. Mais um furo de pneu e acabei parando em uma borracharia para conserto e abastecimento de água. Perdi algum tempo ali devido a pouca experiência do borracheiro com o pneu de bike. Fui adiante até o Posto BR PC8 que agora estava próximo. Alimentei-me e segui adiante com a dupla de SP que voltou para deixar o cãozinho que correu atrás deles. Mais subidas e descidas até que caiu a chuva prá valer. Descemos a Serra com muita chuva, devagar e cuidando para não deslizar. Depois de descer a serra soquei a bota e fui parar no trevo e aí veio a dúvida Santa Cruz ou Vale Verde, acabei indo para Santa Cruz o que achei que estava certo, mas no decorrer do tempo voltava a dúvida, até que parei em baixo de uma árvore e iria telefonar para a organização, nisto passou o Fiat do apoio, opa devo estar certo e continuei pedalando até chegar em Vera Cruz e fui adiante até chegar a um acesso da área Industrial de Sta Cruz do Sul. Segui um pouco mais e perguntei onde era a Unisc e então achei-me para uma longa subida até o Turist Hotel, onde encontrei a dupla de SP vindo para baixo e fiquei pensando, “acho que também estão perdidos” e avisei que era para cima e não para baixo, mas devido a chuva e barulho da roda não me escutaram, e seguiram para baixo, voltando 20 min depois para o Turist Hotel. Cheguei então ao PC8 onde foi carimbado o passaporte, comendo rapidamente um pedaço de pizza acompanhado de um Gatorade. Estava ensopado devido a chuva torrencial.
7º e último Trecho: 172 km: Não dormi no Turist, pois vi que perderia muito tempo, já que eu estava molhado, resolvi continuar viagem e coincidentemente os amigos Alex, esposa, Vitor e o Teutoniense também saíram naquele momento depois de dormirem três horas. Novamente na chuva descendo a serrinha de Santa Cruz em direção ao Pesque e Pague Panorama, tivemos muita dificuldade de nos mantermos na pista, sendo que mais uma vez não havia acostamento. Assustamo-nos quando a esposa do Alex caiu na nossa rente devido ao desnível, mas logo se recuperou e continuou. Não víamos à hora de entrar na RS 244 onde passaríamos a pedalar com mais tranqüilidade. Chegamos ao Pesque e Pague e recuperamos alguma energia ingerindo aquela massa maravilhosa. Troquei as pilhas, mas estas não duraram muito tempo devido à umidade excessiva e fiquei próximo aos colegas de pedal para não cair em algum buraco que me comprometendo assim alguma roda. Chegando no Postaço, esperei clarear o dia tentando descansar um pouco em uma cadeira, mas como a área é movimentada acordava a cada som que se fazia, uma vez uma palma, outra vez os tacos de outro ciclista que também buscava um espaço para descansar. Então resolvi sair dali, pois via que não seria possível dormir com tranqüilidade e me pus na estrada faltando agora 50 km para chegar ao destino final, o DC tão esperado. Mas não foi fácil, parei umas seis vezes para espantar o sono. Procurei na bolsa por comidas, carbogel, vitaminas, tudo parecia ser necessário neste momento para chegar. Parei no UNIVIAS, tomei dois cafés e fui mastigando algumas castanhas, e de repente, parece que sumiu o sono, aí não aliviei mais até chegar ao DC.
Fui tomar um banho no Hotel e voltei para uma maravilhosa confraternização, entrega de certificado e a medalha inserida em uma cuia de chimarrão – Giro do Chimarrão II – Parabéns pela idéia Ninki. Foi um maravilhoso Audax.
Sugestão: Fazer um abaixo assinado dos Randoneiros do Brasil reivindicando um acostamento digno para que possamos deixar nossas famílias mais tranqüilas quanto a nossa segurança na estrada e também para admirar ainda mais as belezas deste Rio Grande do Sul.
Gilson Rogério Kassulke – Joinville – SC
0XX47 – 9911-9388 - 0XX47 3801-4501 Tags: Giro do Chimarrão , relatos , serie 2012

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