28 de set. de 2010
GIRO do CHIMARRÃO - Relato do Claudio
28 de set. de 2010 by Sociedade Audax de Ciclismo
A gente da organização, as vezes acaba conhecendo pouco o pessoal do primeiro pelotão... do qual o Claudio faz parte, mas com o Claudio isso não se confirma, ele é sempre super presente na prova, e antes delas também. Sempre de bom humor, passa brincando com todos!! Leiam o relato dele, sobre como foi pedalar o Giro do Chimarrão.
Claudio em alguma parte do trajeto, imagem Romi
Terminei meus 600 km da SAC com muita dor no joelho algo que eu nunca tinha sentido, isso que já tinha feito a serie o ano passado com o Faccin. (Tendinite patelar ou Bursite) disse o traumato e que em uma semana eu me recuperaria, mas eu não disse a ele quantos quilômetros tinha feito e quantos mais eu pretendia fazer fiz um raio xis e segui o tratamento com certeza ele iria me chamar de insano ou algo pior.
O tempo passava e meu joelho tinha estacionado nos 85% de recuperação e minhas preocupações aumentavam, mas eu estava disposto a dar meu sangue por este brevet. Meu amigo Berreta disse: É mais cabeça do que perna! Meu amigo Saul disse: Chega um momento que tu só pensa em terminar... Meu amigo Rafael disse: Se pedalar-mos a 25km/h é possível e iremos nos divertir muito.
Juntei estas três dicas e usei como ferramentas durante o trecho, se está cansado vai cansar mais ainda, se esta com sono sentirá mais ainda, se esta assado cortado ou com bolhas vai piorar ainda mais, na escuridão da largada admirar o que! As estrelas os fios nos postes cantado a emissão da eletricidade como se nós estivéssemos andando na velocidade da luz? Por que não! andando acima de 25km/h sinal de que estamos bem.
Largamos as 23:00 em ponto acredito q todos estavão tensos afinal não é todo final de semana que saímos para pedalar uns 1000km. Sempre pensando no meu joelho que era o único q poderia me tirar da prova mesmo assim não seria fácil, pois eu estava extremamente focado neste brevet, eu estava bem escoltado Pelo grande Guerreiro Saul e o Mago dos cravos Rafael. Hehehe mascar cravos até um certo ponto funcionou.
Saímos em direção a Butiá que seria nosso primeiro ponto de parada logo ali em Eldorado do Sul meu primeiro pneu furado levei de 15 a 20 min para trocar todo mundo já tinha passado e a Ninki pediu agilização por que ali não era ponto de parada;
Beleza o Saul segurando a minha bike e o Rafael me xingando por que minhas espátulas são se ferro ele disse que vai me dar umas de plásticos só que eu já tenho, mas prefiri carregar as mais pesadinhas. Chegamos em Butiá para fazer um lanche e entramos para tomar um café enquanto o Saul esparramava seus potes na lateral da janela (Eu nunca vi um cara carregar tanto pote).
Já tinha perdido o sensor da roda dianteira do velocímetro coloquei o da minha MB que tinha levado e seguimos para o Papagaio. Neste trecho realmente o Rafael e o Saul me carregavam inclusive o Saul perguntou se eu conseguia puxar eu disse que estava com um pouco de dificuldade pois do dia 22/08/10 ao dia 16/09/2010 eu só pedalei 30min no rolo a 25km/h de média no dia 14/09/2010, devido a minha tendinite patelar até então tudo bem.
Chegamos em Cachoeira do Sul eu percebi que minha roda tinha discentrado devido a um raio quebrado, O Rafael começou a fazer contato com um conhecido de uma loja de bike no centro da cidade e rumamos para lá. Avisamos a organização que estávamos saindo da rota, chegamos na loja e fomos super bem atendidos logo a Trek véia foi para o pit stop colocação de raio e centragem de roda tudo pronto agradeço ao mecânico Leonardo infelizmente não lembro o nome da loja, foram tiradas umas fotos estamos no aguardo.
Seguimos em direção a casa da mãe do Rafael para tomar um café eu comecei a ficar tenso devido ao tempo perdido na loja de bike que foi necessário, mas não falei nada para não provocar pânico e afinal de contas era a mãe do Rafael que eu também a chamei de mãe.
Voltamos para estrada chegamos na RSC 287 e encontramos o Lazary passamos reto por Novo Cabrais em direção a Candelaria encontramos um restaurante no posto Ipiranga uns 3km depois do acesso a RS400 bem alimentados partimos para a mais dura escalada da prova já em seguida passamos pelo Jefersom que tinha furado um pneu antes da subida, o Saul subiu em seu ritmo estilo Armstrong e eu decidi acompanhar o Rafael já em uns 3 km de escalada o Rafael desceu da bike então eu continuei girando na minha coroa 34 e k7 21 eu ainda tinha dois cartuchos para queimar a 23 e 25 chegando aos 4km de escalada um rapaz das obras na via disse: não froxa falta só mais 2km então eu falei vamos nessa que ta bom. Subi para o k7 23 e comecei a dar risadas de tantas subidas e provocando a serra...
...Sobe mais então vamos lá sobe um dia tu vai terminar e apelei para o zig e zag no k7 25 aí foi barbada passei por três ciclistas e o Saul Armstrong tinha se mandado e eu preocupado com Rafael se acontecesse alguma coisa com o cara me sentiria culpado enfim no posto Betrin 15 min depois do Armstrongui e ele bem sentado com os potes esparramados dirigiu-se a mim com palavras preocupantes.
- "O meu temo que agiliza pois estamos um tanto atrasados..."
...e me fez algumas propostas, pedi para esperar o Rafael e decidir-mos o que fazer. Bla Bla Bla e largamos para o hotel Ceolin jantamos e nos reabastecemos pois os próximos 130 km não teria nada na estrada ao chegar na tal da barragem entramos a esquerda errando o caminho e já tinha uns 2 ali também perdidos acho que era o Baldasso e o Amarildo pedimos informação e voltamos para a rota. Uns km adiante o Saul pára e diz que esta desistindo vai voltar par o Hotel Ceolin e pegar um ônibus para POA.
"-Para de besteira rapaz vai voltar 25km agora?" "-Sim!" disse ele, "- prefiro fazer 25km do que sofrer mais 105km com sono". E decididamente retornou para o hotel.
Dali para a frente uma nuvem negra pairou em nossas cabeças não de chuva mas sim de sono, não estava frio mas chegar em Ijuí estava cada vez mais difícil a subida causou mal estar e náuseas no amigo Rafael ele não consegui andar 1km sem descer da bike dizia estar com muito mas muito sono, cantávamos gritávamos ele caminhava se alongava bebia água comia cravo mas nada dava resultado foi então que o pelotão do Lazary, Jeferson, Claiton, Baldasso, Amarildo e o Gilson apareceram pedimos para ele dormis uns 10 min no mato para reestabelecer mas pouco adiantou e em um buraco enorme no meio da pista furou o meu pneu trocamos o pelotão se foi e eu comecei a me preocupar com o tempo veio a primeira tentativa do Rafael "-Claudio eu vou desistir não agüento mais de sono". E foi ligando para a Ninki... hehehe não tinha sinal.
Passávamos pelo pelotão dos guris e em seguida uma nova parada até então para mim os cravos faziam muito efeito eu estava ainda sob efeito de cravos, disse o Lazary "-Rafael a gente vai te deixar aqui sozinho aí então tu vai pedalar". Segui em direção a BR 158 em Cruz alta e percebi que tinha um veículo passando por nós e era o Mogens meu Deus é o monge dos biker’s de madrugada dando um baita apoio fiquei muito feliz em ver uma alma santa naquele meio do nada se importando com a gente e eu olhei para ele e vi que nada estava perdido e que ainda tínhamos tempo em seguida chega o Rafael com o cobertor de emergência dizendo que vai dormir uns 10 min comentou se eu quiser continuar, e não pensei duas vezes toquei ficha e segui para RS342 e logo a frente o monge dos biker’s na PRF gritou um café e disse valeu to legal avisa os guris que estão vindo toquei ficha sozinho.
Passei pelos dois ciclistas de Brasília e então foi quando o sono me pegou fiquei em duvida se estava no caminho certo não tinha nenhuma informação na estrada desci da bike encostei no mato e sentei na beira da estrada e comecei a cochilar botei o relógio para despertar tive medo de acordar de manha na beira da estrada quando o primeiro ciclista parou e me perguntou se estava tudo bem chegou o segundo de Brasília perguntando se era pneu eu disse que era sono ele me convidou para caminhar só queria uns minutos de cochilo. Toquei ficha alcancei o magrão de Brasília segui dando umas bufadas e gritos para espantar o sono.
E chegamos em Ijuí as dez para a cinco da manha dormi 2 horas e naquela manha ventosa que eu também não esperava segui junto com o Claiton para carazinho acostamento difícil pista com inumeros remendos e um vento no peito eram os espinhos daquele trecho um bom almoço em Sta Barbará do Sul eu não sabia do paradeiro do Rafael se ele ainda estava na prova.
Quando chegamos no pedágio a 6 km antes de Caraziho o Claiton avistou o Rafael em um carro de apoio fiquei triste pelo companheiro, mas eu tinha de continuar pois me sentia bem jantamos e rumamos para Soledade no meio do caminha o Baldasso me deu um comprimido de Diclofenaco as dores no joelho eram preocupantes de novo o sono e então eu pedi para parar e dormir uns dez minutos na beira da estrada o Baldasso com uma lanterna de Mao começou a procurar um ponto adequado e o Gilson disse que tinha muito sereno podia pegar uma pneumonia então o Claiton achou uma casinha de ponto de ônibus foi então q todos se encostaram e cochilaram.
O Tatu chegou de moto falando que tinha uma casinha logo adiante e fomos para lá todo mundo deitado um do lado do outro tremendo de frio nao ficamos nem 5 minutos e seguimos em frente o Claiton se mandou na frente enfim chegamos em Soledade com uma temperatura baixa agradeço ao TATU que me emprestou uma jaqueta para encarar aqueles 11km de descinda até Lajeado com uma baita serração de manha tomei um banho em Lajeado e fui embora para Tabaí junto com o Claiton e o Baldasso na chegada comemos sanduba gastoreidi como diz o Berreta e pé na estrada em direção ao PPP o Claiton ficou segui com o Baldasso uma parada no pedágio de SCS e o Gilson mais o Victor nos passaram na subida do Vale Verde eu fui na frente avistei o Baldasso emprurrando a bike e toquei ficha em busca do Victor passei por ele e cheguei no PPP.
Arranquei em direção a POA com muitas dores no joelho algo de estranho começou a acontecer delírios, queimação no rosto, taquicardia, visão turva, sensação de subida mesmo nas retas e visões estranhas no trecho o Tatu encosta do meu lado me oferece um creme para passar no joelho que pouco funciona dalí então estabeleceu-se o meu desespero uma queda poderia me tirar da prova, estava delirando achando que estava perdido mas como se o Tatu estava do meu lado me escoltando e desde quando em Charquedas tem subidas eu já não sabia de mais nada e jemia de dor. Com muito sacrifício cheguei as 00:05 no DC com o importantíssimo apoio do grande guerreiro TATU que volta e meia dizia...
...falta pouco.
Agradeço a todos que me apoiaram fora e dentro da prova ao Saul, Rafael e o Berreta que compareceu na largada.
A todos que participaram e tiveram coragem de comparecer no DC as 23:00 hs com garra e coragem.
Aos voluntarios, Udo, Graxa, Pexe, Roberto Furtado para registrar belas imagens e ao monge dos Biker’s Mögens.
Obrigado Ninki
Claudio Kantino
Tags: Giro do Chimarrão , relatos , série 2010
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Postagens mais antigas
Postagens


0 Responses to “GIRO do CHIMARRÃO - Relato do Claudio”
Postar um comentário