24 de set. de 2010

GIRO do CHIMARRÃO - Relato do Gilson

Acabo de receber o relato do Gilson kassulke, de Joinville SC. Conhecemos o Gilson ainda no Brevet 600, que ele veio pedalar com a SAC. Sempre com um sorriso no rosto, seu jeito tranquilo de falar e pedalar conquistou a todos da Organização desde o primeiro momento.
 

Gilson ainda no Pc 01, imagem Romi.

"Quando comecei este ano tinha somente um objetivo, fazer o Audax 200 em Curitiba.

Depois fui entender que tratava-se de uma série que iria até os 600km.

Fui pego desprevenido pela chuva e frio nos 300km e desisti. Neste meio tempo fiz o 200km em Floripa com o Dela. Saiu a 2ª chance para os 300, não perdi tempo já me inscrevi e fui fazê-lo,debaixo de muita chuva, mas agora com uma capa apropriada.
Aí veio o 400km, sem chuva mas com muito frio.

Fiz o 600km com saida na chuva, praticamente a noite toda molhado e frio.Nos últimos 100km pedalei com o vento contrário que me despedaçou e cheguei uma hora e quinze após as 40 permitidas.

Fiquei triste e inconsolável. Saí busca de mais uma chance para mim e a encontrei na Sociedade Audax em Porto Alegre, onde fui muito bem recebido. Fiz novos amigos e acabei dentro do prazo de 40 horas.

Agora só faltava um grande desafio os 1000km. Sei que muitos não acreditavam em mim, mas fui como objetivo bem claro de terminar a prova, pois o investimento foi todo do meu bolso, e não poderia me dar o luxo de desistir.

Nao faltaram tentações para desistir principalmente quando via colegas que pedalaram junto comigo durante muitos quilometros desistirem.

Um destes momentos foi em Soledade quando o vento frio foi congelando o pessoal. Já embaixo da Serra achei que pudesse dormir, não deu tempo, preferi tomar um banho, trocar de roupa e comer uma bela macarronada com molho e queijo ralado. Estava renovado para mais um dia o qual passei pedalando forte para ganhar tempo.

Muitos foram os momentos que tive sono, as vezes meus braços amoleciam de repente, comecei a me preocupar com este sintoma e procurei comer mais, mastigar algo e tomar mais líquidos.

Muitos amigos que até então pedalaram comigo começaram a pedalar mais forte, aí me concentrei e continuei em um ritmo sem exigir demais, pois ainda faltavam muitos kms.

Chegando no Pesque e Pague consegui comer bem aquele macarrão com carne de frango. Ainda faltavam os 100km, saímos e buscavamos vencer cada elevação; Fomos acompanhados pela equipe de apoio o tempo todo,oque nos confortava.

Mantivemo-nos acordados pois nos falavamos muito, sem dar chance para o sono. Chegamos ao fim com dever comprido.

Fico feliz por todos que conseguiram vencer as infinitas dores, sonos, mal estar, etc.

Somos VENCEDORES."


Um abração



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7 Responses to “GIRO do CHIMARRÃO - Relato do Gilson”

Marcos Flavio disse...
25 de setembro de 2010 às 06:14

Só posso lhe dar os meus parabéns, tem que ser um verdadeiro guerreiro pra enfrentar tamanha superação!!!


Ivan Aedler disse...
25 de setembro de 2010 às 07:44

Muito bom, rpz, meus grandes parabéns! Espero em 2011 estar novamente no RS 600km (e se Deus quiser, nos 1000km) pois só a gente sabe como é duro e como nos aproximamos de Deus, ao chegar!


Anonymous disse...
26 de setembro de 2010 às 19:12

Parabéns,meu amor !
Pela persistência, foco, atenção concentrada, dedicação, determinação e amizade.
Primeiro joinvilense a conquistar os 1000Km do Audax!
Joinville, Cidade dos príncipes, das flores e das bicicletas!
Gilson, Principe da Cidade das Bicicletas, nós te amamos muito.
Beijos da tua amada família


Giselle disse...
27 de setembro de 2010 às 09:02

Grande Gilson, acompanhei toda a sua trajetória aqui no Paraná...e logo vi o quanto vencedor você é. Me emocionei muito com seu relato. Espero te encontrar na serie 2011...Parabéns por essa conquita!!!


Clandestino disse...
27 de setembro de 2010 às 19:42

Grande Gílson,depois de muita superação nos 600, ele me disse que sua missão havia sido cumprida. Não iria fazer os mil,seria muito sofrimento.
Dias após me encontro com ele na largada da grande prova.Parabéns à você.

Claiton


Anonymous disse...
28 de setembro de 2010 às 07:14

Agradeço à todos os que me apoiaram a acreditaram em mim. Obrigado à minha família que ficou muitas vezes sozinha preocupando-se comigo nas ruas durante dias e noites.
Claiton: Não deu 3 dias após o 600 já estava resolvido à fazer os 1000, mesmo que os meus dedos das mãos estivessem formigando como agora estão ainda mais, devido a pressão exercida sobre o guidão.
Giselle: Obrigado pela consideração, as lutas no PR só foram para tornar-me mais forte; aquele vento de Ponta Grossa à Curitiba e o ficar sozinho me fizeram aprender o quão duro é chegar no final e não ganhar o brevet.
Ivan: Obrigado pela consideração. As muitas dores são apenas consequencias destas pedaladas de longa distância, espero ver-te nos Audaxes e que tu e tua bike se acertem das próximas vezes.


ninki disse...
28 de setembro de 2010 às 07:41

olá pessoal,

Esse é o lado mais gostoso de ser organizadora de um desafio desses! Ver as familias e amigos comemorando o grande feito dos ciclistas que estiveram na estrada!!

abraços, ninki


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